Sucesso estrelado
Poderia falar sobre a semifinal do carioca entre Vasco e Fluminense de sábado ou da rodada carnavalesca do Paulistão que existiu no fim de semana, mas alguns acontecimentos ocorrem uma vez por ano e deixemos claro que não estou falando dos desfiles e folias do carnaval brasileiro. Essa festa só tem um propósito para mim e a maioria do meu ciclo social: beber cerveja e falar baboseiras! As festividades eu deixo para as pessoas muito admiráveis (será?) que gostam de tudo isso que infesta o mês de fevereiro de norte a sul. Eu prefiro falar sobre leste e oeste.No último fim de semana aconteceu em Dallas um evento histórico, a 59º edição do All-Star Game da NBA. As festividades do melhor basquete do mundo contam com vários eventos como concurso de enterradas, três pontos, competição de trios, mas certamente o mundo esperava o último domingo que registrou o jogo das estrelas entre as conferências Leste e Oeste.
O termo “histórico” foi aplicado com precisão por um pequeno detalhe: Os astros da NBA se apresentaram diante de 108.713 pessoas!Um verdadeiro recorde de público para o basquete. Anteriormente, o recorde era de um duelo entre as universidades de Kentucky e Michingan State, em dezembro de 2003 na Ford Field, em Detroit que foi acompanhado por 78.129 pessoas. Na NBA o recorde era de um confronto entre o Chicago Bulls de Michael Jordan e o Atlanta Hawks no Georgia Dome em 1998 que foi visto por 62.046 torcedores. Traçando um paralelo com o maior recorde de público do All-Star Game, o número parece ainda mais gritante - o recorde do evento era datado de 1989 no estádio Astrodome, localizado na cidade de Houston, estado do Texas, onde 44.735 pessoas acompanharam a partida.
O número impressionante foi atingido graças à união dos Mavericks, franquia da NBA que representa Dallas, e os Cowboys, tradicional franquia da cidade na NFL (futebol americano). Os homens do futebol cederam sua arena, a Cowboys Stadium, e a grande massa pôde assistir a festa que foi iniciada com um show do cantor Usher que antecedeu a entrada das estrelas.
A equipe do Leste, comandada por Stan Van Gundy do Orlando Magik, iniciou na quadra com Lebron James (Cleveland), Kevin Garnett (Boston), Dwyane Wade (Miami), Dwight Howard (Orlando) e Joe Johnson (Atlanta). A equipe também contava com os estreantes em All-Star Game David Lee (New York), Al Horford (Atlanta), Gerald Wallace (Charlotte), Rajon Rondo (Boston) e Derrick Rose (Chicago) e com os já acostumados Chris Bosh (Toronto) e Paul Pierce (Boston). O experiente Allen Iverson do Philadelphia foi convocado, mas machucado não participou do evento.
O Oeste comandado por George Karl do Denver iniciou com Carmelo Anthony (Denver), Tim Duncan (San Antonio), Steve Nash (Phoenix), Amar’e Stoudemire (Phoenix) e Dirk Nowitzki (Dallas). A seleção também tinha os novatos no evento Zach Randolph (Memphis), Deron Williams (Utah), Chris Kaman (L.A. Clippers) e Kevin Durant (Oklahoma City) e os experientes Jason Kidd (Dallas), Paul Gason (L.A. Lakers) e Chauncey Billups (Denver). A equipe não pôde contar com os machucados Chris Paul (New Orleans), Brandon Roy (Portland) e o astro Kobe Bryant (L.A. Lakers).
As duas equipes não mostraram muito comprometimento com a defesa e nem o público parecia estar interessado em pedir a tão famosa “Defense”, tradicional coro do time da casa quando o adversário tem a posse de bola e a possibilidade de pontuar. O que se viu foi um verdadeiro desfile de alegorias conhecidas como enterradas, pontes aéreas e malabarismos diversos. Bom primeiro tempo de Carmelo Anthony, destaque do Oeste com 17 pontos e cestinha da partida até aquele momento, mas não suficiente para impedir a virada de tempo com a vantagem do Leste de sete pontos: 76 a 69.
O intervalo foi marcado pelos shows das cantoras Shakira, um playblack bem feito, e Alicia Keys que é muita boa, no bom e no mau sentido, apesar de eu não gostar de sua música. Quem diria, hein? Shakira saiu do Domingo Legal e alcançou vôos para um All-Star Game!Acho que está de bom tamanho para ela. Ainda no intervalo os atletas convocados para a seleção americana que disputará o mundial da Turquia desse ano foram saudados com o desejo de boa sorte. Americanos levando James, Bryant, Wade, Anthony para um mundial? O mundo está mudando mesmo.
Para o segundo tempo, o Leste voltou mais forte e ampliou a vantagem para a casa dos dez pontos ou mais, dando poucas chances de reação ao Oeste. A equipe "Western" em desvantagem começou a reagir sob a liderança do “cowboy” Nowitzki e Billups empatando a partida em 137 pontos para cada lado restando cerca de um minuto para o final do último quarto.Restando menos de dez segundos para o final do quarto derradeiro, Chris Bosh dos Raptors converteu dois lances livres e colocou o Leste em vantagem de dois pontos: 141 – 139. O grande nome do primeiro tempo da partida, Carmelo Anthony, preferiu chutar para três pontos no último lance do jogo e errou. A partida encerrou-se com vitória do Leste, comprovando a superioridade do time de Wade e James que não esteve em vantagem apenas no último quarto.
A vitória do time azul ampliou sua vantagem no jogo das estrelas. Agora, o Leste soma 36 vitórias contra 23 do Oeste. Os principais destaques do Leste foram Dwyane Wade com 28 pontos, seis rebotes e onze assistências, Lebron James com 25 pontos, seis assistências, cinco rebotes e quatro roubos de bola e Chris Bosh com 23 pontos e dez rebotes. No Oeste destacaram-se Carmelo Anthony com 27 pontos, 10 rebotes e duas assistências, Dirk Nowitzki com 22 pontos, duas assistências e quatro rebotes e Steve Nash com quatro pontos e ótimas 13 assistências. Pelos números fica óbvia e justa a escolha de Dwyane Wade como o MVP da partida, o Most Valuable Player (Jogador Mais Valioso) do jogo das estrelas.
O jogo serviu também para inverter o quadro do último All-Star Game, realizado em 15/02/2009 no US Airways Center, em Phoenix, Arizona, casa do Phoenix Suns. Naquela ocasião o Oeste venceu por 146 – 119, o prêmio de MVP foi dividido entre dois jogadores do Oeste – Kobe Bryant (L.A. Lakers) e Shaquille O’Neal (na época no Phoenix Suns) - e o cestinha da partida foi Kobe com 27 pontos. Dessa vez, além da vitória do Leste e a nomiação de um jogador do Leste como MVP, o fera do Miami Heat Dwyane Wade superou a pontuação alcançada por Bryant na última edição, 27 pontos, ao chegar aos 28 pontos neste ano e consagrar-se o cestinha do jogo.
Um verdadeiro espetáculo foi o que se viu em Dallas, mesmo que a qualidade da música seja duvidosa. Todo o circo montado para um dia de evento, ou mais dias no caso da NBA, mostra que os americanos sabem valorizar seus esportes e transformam o picadeiro em um grande show sem ninguém bancar o palhaço no sentido mais pejorativo possível. Se o Brasil fizer metade disso na Copa do Mundo e na Olimpíada que será sede, quem sabe eu queime minha língua tão maldosa e pessimista. Honestamente, espero que isso aconteça.
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