Enquanto isso, no Rio de Janeiro...



(Foto 1: Praia de Copacabana - as altas temperaturas levam cada vez mais cariocas às praias.)

Não sei quanto aos outros Estados, mas o Rio de Janeiro vive um momento intenso - o calor é realmente muito intenso. As manhãs beiram 35 graus, as tardes 40 e as noites 30 graus. E em meio a isso, vem a tona, para esquentar ainda mais, o Campeonato Carioca.

Enquanto na Libertadores julgam inapropriado a pratica do futebol nas alturas, parece que a CBF não se importa com jogos no calor desumano que faz no Rio e em grande parte do país.

Em uma tarde de Quarta-Feira, feriado de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, a torcida do Fluminense Football Club, ansiosa como qualquer outra da Cidade Maravilhosa, viveu a expectativa do reencontro com o Maracanã desde o épico dia 6 de Dezembro de 2009, quando contra tudo e contra todos, no Couto Pereira, conseguiu, com seu time de guerreiros, fugir do fantasma do Rebaixamento.



(Foto 2: Filas na porta do Maracanã - torcedores na expectativa de comprar seus ingressos para os jogos.)

Ao invés de um dia de jogo tranqüilo, a base de muita água e Coca-Cola - nada de cerveja, graças a CBF -, os torcedores tiveram que enfrentar as regras da FERJ que estavam em vigor até a 2ª rodada do Carioca começar, em que não há venda de ingresso no Maraca em dia de jogo e fazer fila nas Laranjeiras, a aproximadamente 10km de distância do Estádio Jornalista Mário Filho.

Além de se submeterem ao calor e atraso, quando chegaram ao almejado jogo, foram surpreendido pela abundancia de cambistas, o escambo da sociedade, e a incompetência da administração do Estádio, que irritava a todos.

Porém, no último dia 21 ficou resolvido que voltarão a vender ingressos no Maracanã em dias de jogos, isso só não ocorrerá em clássicos, semifinais e finais do Carioca.

Há um outro ponto em que a Federação mexeu este ano para a disputa do torneio no Rio de Janeiro. Visando a Copa do Mundo de 2016, os ingressos para Arquibancadas, antes vendidos aleatoriamente, agora são divididos por setores Arquibancadas Amarelas 1 e 2 e Verdes 1 e 2. Fato é que, devido a má divulgação desta informação - principalmente nas bilheterias do Estádio -, torcedores foram pegos desprevenidos e a norma foi revogada, tendo prevalecido a setorialização antiga, em que apenas o ingresso para a Arquibancada Branca dava acesso a mesma, por ser um setor “privilegiado” voltada para o meio de campo e as outras duas tinham acesso comum.

Infelizmente, a pessoa que vos escreve, não pode partilhar ao vivo de rodada alguma do Campeonato Carioca. Não devido a apenas o calor e a bagunça generalizada, mas graças a todos os 4 Grandes (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) que assinaram um acordo em que as entradas para a Arquibancada normal (Amarela e Verde), passariam a valer 40 reais a inteira, em jogos normais, com direito, obviamente, a meia entrada. Porém, continuo achando desleal pagar 20 reais para ver um jogo tão banal quanto Fluminense x Bangu, enquanto pude assistir por 15 reais, do mesmo lugar, a final da Sul-Americana contra a LDU.



(Foto 3: Fred, jogador do Fluminense, se refrescando durante a parada técnica - medida obrigatória no Carioca.)

Para não tornar o post unicamente uma critica negativa ao trabalho feito para e durante o campeonato, venho aplaudir uma medida tomada para a segurança dos jogadores e árbitros em campo. Depois de inúmeros apelos feitos em edições posteriores do Carioca, a parada técnica agora faz parte do regulamento.

Após decorridos 20 minutos de cada etapa, são dados 2 minutos à todos em campo para que possam se refrescar e ouvir instruções. Com exceção das partidas que forem exibidas ao vivo pela emissora detentora dos direitos de transmissão do torneio, que tem a opção de não fazer a parada técnica em decorrência da grade horária do canal.

Está cada vez mais difícil acompanhar o campeonato mais charmoso do Brasil, os problemas são muitos e o desgaste é imenso. Mas a necessidade é a base da criatividade e, seja no Estádio, no rádio ou pela Tv, a paixão pelo futebol prevalece.

Quem escreveu foi Stella Kupfer, 19 anos, Carioca, Estudante de Publicidade e Tricolor.
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Pintou o Penta

Primeiro post meu, curiosamente quase na hora do meu aniversário...

Final de semana de clássicos na Itália.
Vamos começar falando do mais importante, aquele que encaminhou a Internazionale para seu 5º título consecutivo do calcio (2 no tapetão e 3 no campo).
A expectativa era grande em cima do derby della Madonnina. A Inter vinha de um tropeço e de futebol sonolento nos últimos jogos, enquanto o Milan estava em plena recuperação, com Ronaldinho jogando algo próximo do futebol que encantou o mundo entre 2004 e o primeiro semestre de 2006 (particularmente, o considero o melhor que vi jogando), a diferença dos times era de 6 pontos, com o Milan tendo uma partida a menos, o que aumentou a esperança de um jogo decisivo.

Vamos para o que interessa... A Inter começou dominando o jogo, antes dos 10 minutos, o meia Sneijder já havia chutado 2 bolas com perigo, uma na trave e outra parou em excelente defesa do goleiro Dida. Mas justamente aos 10, após lançamento longo, o fraco Abate tentou cortar e cabeceou em cima de Diego Milito, o argentino, na cara de Dida, não perdoou.

O jogo mudou aos 25. Lúcio arrancou, foi tocado (ou não) por Ambrosini e caiu. O juíz entendeu que o zagueiro simulou e o deu cartão amarelo, o que irritou Sneijder, que bateu palmas irônicas para o árbitro. O mesmo não hesitou e mostrou vermelho para o holandês.
Com um a mais, o Milan foi pra cima, porém sem objetividade. o time virava a bola de um lado para outro, mas não conseguia ultrapassar a barreira defensiva formada pelo time de José Mourinho, e assim foi até o intervalo.
O técnico Leonardo voltou para o segundo tempo mais ofensivo, com Seedorf no lugar do voluntarioso Gattuso. Porém o panorama foi o mesmo, o Milan tocava a bola na frente da área adversária, até que Beckham ou Pirlo jogassem pra dentro da área, onde Borriello não tinha forças para sozinho brigar com Lúcio e Samuel, e sempre ficava em desvantagem.
Ronaldinho apático, não criava quase nada, ainda mais jogando ao lado de Antonini, ficou mais difícil para o brasileiro.

E quem criava as melhores chances era a Inter, nos contra ataques. Primeiro, em passe de Milito, Pandev mandou na trave. Depois, em falta duvidosa perto da área, o mesmo Pandev bateu com perfeição e aumentou o placar.

Nos acréscimos, brilhou a estrela de Júlio Cesar. O juiz marcou um penalti que só ele viu por toque de Lúcio e o expulsou, deixando a Inter com 2 a menos. Ronaldinho foi para a cobrança, e o goleiro brasileiro, ainda que se adiantando, pulou no canto direito e fez linda defesa.
O Milan terminou o jogo com 68% de posse de bola, porém, não acumulou mais do que 3 boas chances nos 90 minutos, e viu seu maior rival abrir 9 pontos na liderança.

Mas o pior mesmo foi ter que aturar o zagueiro Materazzi com uma máscara do dono do time, Silvio Berlusconi, comemorando a vitória.







No sábado, o bem menos badalado (e um jogo muito mais fraco) clássico entre Juventus e Roma, no Delle Alpi, em Turim.

O primeiro tempo foi muito fraco. Esperança de gols do time da capital, Luca Toni se machucou sozinho com 3 minutos de partida e foi substituído por Francesco Totti.
A Roma não conseguia ter a bola no campo de ataque, e as bolas compridas não tinham efeito. Pelo lado da Juventus, Diego e Marchisio eram os únicos que tentavam armar o time, mas toda bola que levavam aos pés de Amauri batia e voltava.
A emoção ficou para o segundo tempo. Aos 5, tentativa de passe de Diego, Juan cortou mal, a bola subiu e Del Piero, até então sumido, acertou de esquerdo um lindo chute cruzado, antes que a bola caísse, sem chances para o goleiro Júlio Sérgio.

Os donos da casa seguiam melhor na partida, mas foram castigados. Após jogada individual, Taddei foi derrubado dentro da área, penalti. Totti bateu no meio do gol de Buffon e empatou.




A Velha Senhora foi para cima, precisava da vitória para amenizar a crise, e acabou abrindo espaços para romanos contra-atacarem, foi assim que De Rossi recebeu sozinho e foi derrubado por Buffon, fora da área. Vermelho para o goleiro, e Del Piero foi o escolhido para ser sacrificado.

Aí foi a vez da Roma pressionar, a Juventus segurava o empate, até que aos 47, após bola roubada no meio de campo, Vucinic cruzou na cabeça do lateral Riise, que cabeceou cruzado, garantindo a vitória da Roma.

Assim, o time do técnico Ciro Ferrara segue cada vez mais pressionado, e a Roma abriu mais 3 pontos em cima do adversário, na briga pela vaga na Copa dos Campeões.


Já é meu aniversário, e gostei muito de escrever pela primeira vez.
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E lá vamos nós...

Meus amigos Marcus e Felipe que me desculpem, mas nunca fui de seguir roteiros.

Parece repetitivo, mas não é. Robinho declarou, ao ser entrevistado pela Radio Bandeirantes, que pretende voltar ao Brasil, para jogar no time do coração, o Santos. Até ai, tudo normal. Jogador de Futebol é muito mimado, e quando batem o pé, é muito difícil segurar. A menos que o técnico tenha peito o suficiente para falar: “Você vai ficar aqui, porque quem paga seu salário somos nós” Pois bem, não parece ser o caso de Mancini, já que o mesmo nem faz questão de tentar segurar o jogador na equipe.

Jogador bater o pé pra sair do time, é algo normal, mas já é a terceira vez que acontece com Robinho, e ele só jogou em três clubes. Coincidência, não?

No próprio Santos, ele já havia forçado sua saída para o Real Madrid, em 2005. Seu empresário Wagner Ribeiro foi quem comandou toda a negociação, que acabou sendo boa para ambos os clubes.



Em Setembro de 2008, o Real Madrid pretendia usar Robinho como moeda de troca para contar o Português Cristiano Ronaldo, até então, jogador do Manchester United, fato que não agradou em nada o atacante Brasileiro, que fez questão de deixar claro que pretendia sair do clube Espanhol.

Após uma negociação com o Chelsea, na qual todo mundo já dava como certa, os diretores do Real acabaram aceitando a oferta do Manchester City, que era mais vantajosa para o clube, e assim Robinho foi para o clube Inglês, só que ironicamente, o rival do clube que o Real planejava que ele fosse jogar.



No fim das contas, Robinho fez uma boa primeira temporada pelo City, mas as contusões, os problemas com o antigo treinador, e jogar fora de posição, foram fundamentais para a saída do jogador.
Robinho também reclamou do “Rodízio” que o técnico Mancini faz no time, mas até parece que ele não sabia, né?




O fato é que o retorno de Robinho ao Peixe, parece cada vez mais próximo, tanto que o atacante pretende abrir mão de boa parte de seus salários, já que recebe quase 10 vezes mais que o teto salarial do time da baixada.

O contrato seria de empréstimo, e ainda não se sabe por quanto tempo, mas uma coisa não podemos negar: Vai dar gosto assistir futebol, caso Robinho realmente volte para atuar no Brasil. Por mais que a cabeça não seja boa, todo mundo sabe que ele é um bom jogador, e que no Brasil, faz e fará a diferença a favor do Peixe.

Agora é esperar os próximos capítulos da novela.
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Cartão Vermelho para o Crack[E]


Enquanto me preparava para a maratona esportiva da quarta passada com Copa São Paulo, Carling Cup, Copa da Itália, NBA e Paulistão me deu vontade de tocar em um assunto meio delicado e que divide opiniões: o doping e suas punições. Na verdade essa é só a fachada da casa. Não sou engenheiro para projetar e construir nada, mas sei quando uma parede está torta. Bom, vamos começar e deixar para lá meus simbolismos desnecessários.


O Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o famoso STJD, julgou o caso de Jobson, atacante que se destacou nas últimas rodadas do Brasileirão 2009 pelo Botafogo, pelo uso de cocaína. O atleta foi pego no tradicional exame antidoping realizado após as partidas da competição em duas ocasiões: 08 de novembro contra o Coritiba quando o Botafogo ganhou de 2-0 e em 06 de dezembro na vitória sobre o Palmeiras por 2-1. O atleta confessou que não usou cocaína e sim crack, droga derivada do famoso “pó argentino” que possui um poder de vício rápido e intenso. As leis mundiais antidoping prevêem que um atleta seja banido do esporte caso seja condenado duas vezes por uso de substância proibida, entretanto os auditores optaram pela suspensão do jogador por dois anos.



O futebol, como qualquer esporte, não pode ser associado ao uso de drogas, entretanto alguns julgamentos deveriam ter dois pesos e duas medidas. Uma coisa é um atleta usar uma substância com o objetivo de melhorar seu desempenho ou de mascarar outra substância que poderia ser acusada no exame antidoping e outra coisa é o mesmo atleta usar drogas sociais. Não estou aqui para defender o uso de drogas, ou para tirar a responsabilidade dos atos do atleta ou até repreender a imposição de punições pelos órgãos competentes, porém questiono se a decisão foi tomada para o bem do jogador e do esporte ou apenas para ecoar nos veículos de comunicação, aquela velha coisa de fazer algo para inglês ver.


A suspensão aplicada tem mais chances de levá-lo para o fundo do poço do que realmente ajudá-lo a superar seu vício e dar a volta por cima. Cada um supera seus problemas de uma forma: Alguns vão ao psicólogo, outros comem sorvete e assistem filmes, outros ligam para familiares e amigos e outros jogam boliche [?]. Um dependente químico em tese, e talvez na prática também, afogará suas mágoas e lágrimas nas mesmas drogas que tanto lhe prejudicaram. Trata-se de uma punição esportiva ao atleta e, indiretamente, uma punição ao homem.



Talvez a solução fosse a aplicação de uma suspensão com tempo indeterminado, mas associada a um tratamento da dependência do atleta com acompanhamento médico de profissionais ligados ao coerente Tribunal ou então à presente CBF. Após este acompanhamento os médicos teriam a autonomia de atestar a recuperação do homem, assim possibilitando a reintegração integral do atleta ao esporte e do cidadão a sociedade.


Resolvi comentar porque esta situação ultrapassa as esferas esportivas e alcança problemas sociais do país, este acostumado a ver, mas não enxergar, suas gerações atuais e futuras reféns do mundo das drogas e do crime.



O que mais ouvimos é a associação entre as palavras esporte, bem estar, saúde, inclusão social, cidadania, etc. Parece até hipocrisia e conversa pra boi dormir. O pior cego é aquele que não quer ver.

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La Vecchia Signora e as novas derrotas.


(Na imagem acima, a torcida protesta contra a diretoria Juventina)


A Juventus, desde os escândalos de arbitragem ( A Juventus ganhou o Calcio nas temporadas 2004/05 e 2005/06. A Juventus teve os dois títulos revogados por estar envolvida em escândalos de arbitragem. Por isso, ainda teve de disputar a segunda divisão da competição na temporada 2006/2007.) já não tem sido mais a mesma.

Após o escândalo acima citado ter sido descoberto, a Juventus acabou perdendo a maioria de seus craques, até para times rivais, como os casos de Vieira e Ibrahimovic, que trocaram a Juve pela rival Inter.

Após uma temporada na segundona, a Juventus subiu com sobras, e ai se iniciava um projeto de reestruturação da equipe, que começou bem, com a classificação da equipe para a Uefa Champions League.

Apesar disso, o técnico Didier Deschamps não resistiu e acabou demitido, sendo substituído pelo ex Chelsea Cláudio Ranieri.

Com um elenco razoável, mas que não chega aos pés do time campeão entre 2004 e 2006, a Juve fez um Campeonato bom, terminando a competição em terceiro lugar, com a mesma pontuação que o Milan. Já na UCL, caiu para o Chelsea, logo nas oitavas. Não tinha time para ser campeão, mas poderia ir mais longe, apesar de ser inferior ao Chelsea no campo e no papel, a tradição também não falou mais alto.

Ranieri não resistiu, e para o inicio dessa temporada, veio o ex zagueiro Ciro Ferrara para assumir o comando da equipe, juntamente com o reforço de Cannavaro, que havia trocado a Juventus pelo Real Madrid logo após a Copa do Mundo, quando estava no auge.
Além deles, vieram os Brasileiros Diego e Felipe Melo, além de algumas outras contratações de menor impacto.

A Juventus começou muito bem, derrotando a Roma em pleno Estádio Olímpico, com direito a show do Brasileiro Diego, porém a equipe não conseguiu manter o mesmo nível, e acabou até eliminada da Champions League na primeira fase, após derrota vexatória para o Bayern de Munique, por 4x1, em pleno Delle Alpi.

(O astro Diego, contratado esse ano, lamenta mais uma derrota da Juve na temporada)


A temporada que já não era das melhores, piorou ainda mais após uma seqüência de maus resultados, que foi consolidada com uma derrota por 3x0 contra o Milan jogando em casa, com direito a dois gols de Ronaldinho Gaúcho.

A tendência para o resto da temporada, virou brigar para se classificar para a próxima Champions League, já que a atual quinta colocação nem isso permite.

Agora a pergunta que fica é: Até quando a diretoria vai manter o novato Ferrara?
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Ponto de virada


Um bom roteiro possui vários elementos que devem estar definidos e resolvidos pelo autor: bons personagens com motivações e objetivos bem definidos, pontos de virada na história, conflitos, enredo, um bom desfecho...enfim, o básico. Podemos afirmar que o roteiro vascaíno teve um novo ponto de virada nesta semana. Nesta terça-feira, em São Januário, a chapa formada pelo ex-presidente charuteiro Eurico Miranda e Silvio Godoi obteve 93 votos contra 45 da chapa de Henrique Loureiro e o ex-mandatário Antonio Soares Calçada na eleição do Conselho de Beneméritos do clube.


Diariamente observamos os clubes e seus dirigentes anunciarem o desejo de trazer renovação, modernização e profissionalismo ao futebol brasileiro e as suas gestões nos clubes. O discurso pega bem, já que hoje as agremiações brasileiras devem impostos ao governo, possuem ações na justiça movidas por ex-jogadores e/ou funcionários, dívidas do tamanho de grandes empresas falidas, centros de treinamento sucateados, estádios ultrapassados, falcatruas com as receitas obtidas... enfim, a história todo mundo conhece. O difícil é colocar isso em prática.


O próprio time da Colina, destacado nesse texto, está na lista dos que estão mal na foto. O departamento jurídico do clube fez um levantamento e contabilizou 518 ações na justiça, sendo 286 trabalhistas, 59 tributárias, 131 cíveis e 42 fiscais. Segundo o último balanço do clube feito em 2009, o Vasco teria um saldo negativo de R$103 milhões devido às ações considerando inclusive as ainda não julgadas pela justiça brasileira. Muitas delas, ou todas, adquiridas por administrações anteriores um tanto quanto questionáveis.

O reflexo do calvário vascaíno foi a queda para a segunda divisão. Muitos culparam a administração do poderoso e folclórico Eurico Miranda, que, posteriormente, foi substituído pelo maior ídolo do clube, o craque e referência Roberto Dinamite.

O Vasco deu a volta por cima em 2009 dentro de campo: fez uma bela campanha na Copa do Brasil e venceu a série B. Subiu com dignidade e encheu a torcida de orgulho.


Agora resta saber se a torcida ficará feliz com a notícia destacada logo no início do texto. Algumas das funções mais importantes, a meu ver, do tal Conselho já citado são destacadas abaixo e estão no estatuto do clube:


CAPÍTULO X

DO CONSELHO DE BENEMÉRITOS

Art. 86º - O Conselho de Beneméritos, de caráter permanente, Poder Moderador do Clube, compõe-se dos sócios Grandes Beneméritos e Beneméritos, integrando-o, ainda, quando em exercício, o Presidente da Assembléia Geral, o Presidente do Conselho Deliberativo, o Presidente do Conselho Fiscal e o Presidente da Diretoria Administrativa.

Art. 87º - Compete ao Conselho Beneméritos:

I - Outorgar títulos de Grande Benemérito, expedindo os respectivos diplomas, e apresentar parecer relativo à outorga dos de Benemérito, Emérito e Honorário, observado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do Artigo 12.

II - Exercer fiscalização direta sobre a administração do patrimônio social.

III - Sugerir e acompanhar iniciativas da Diretoria Administrativa julgadas de alto interesse para a vida do Clube, reunindo-se para esse fim a pedido de qualquer dos seus membros, feito ao respectivo Presidente, e opinar sobre assuntos de relevância sempre que solicitado pela Diretoria Administrativa.

IV - Opinar sobre flação ou desflação do Clube, sobre suas atividades e suas político-desportivas locais ou regionais.

V - Opinar sobre a revisão dos preços dos títulos de Sócio Proprietário, taxas e mensalidades, submetendo suas conclusões a apreciação do Conselho Deliberativo.

VI - Opinar sobre doações ou legados feitos ao Clube.

VII - Convocar, mediante solicitação prévia ao Presidente de Conselho Fiscal e ao Presidente da Diretoria, membros desses Poderes para o fim de prestar informes e esclarecimentos sobre matéria indicada na convocação.


Como se observa, o Conselho tem um poder razoável para opinar na vida do clube, fiscalizando e cobrando. A grande questão é..se um clube grande como o Vasco possui pessoas com tal poder por que a instituição sofreu tanto? Ou melhor, reformulando..será que o tal Conselho trabalhava movido pelo interesse e amor pelo Vasco, obrigação dos membros, ou por possíveis facilidades e/ou interesses políticos e/ou econômicos oferecidos pela gestão da época?

O fato é que o Vasco da Gama limpou o escritório da presidência, mas o pó voltou menos de dois anos depois de ter sido varrido para fora do clube. E voltou com voz ativa na presidência do Conselho até meados de 2013 com o apóio de membros ligados diretamente ao clube, comprovando que os únicos que sofrem com as decisões de poucos são os milhões de fanáticos torcedores.


É verdade que Eurico não retorna ao clube com o poder de antes, o de dono, rei, tirano ou simplesmente presidente, como prefirirem, mas o próprio Roberto Dinamite admite que o ex-mandatário terá voz ativa ecoando por São Januário e que ambos deverão conviver em harmônia pelo bem do Vasco, mesmo que existam diferenças políticas.



O retorno de Miranda à Colina certamente ocasionará uma divisão na vida política do Vasco, justamente em uma época que o clube busca paz e estabilidade para se consolidar novamente entre os grandes do país, lugar que merece ocupar por sua tradição, história e torcida. Outro ponto preocupante é que o clube ficou anos nas mãos do dirigente, acumulou problemas..e agora? Será que Eurico será coadjunvante ou briga para explodir o mocinho Dinamite e voltar ao papel de protagonista que tanto adora? Em breve nos cinemas, ou melhor, nos noticiários esportivos.







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Corre, molecada!

A Copa São Paulo, torneio de juniores do começo do calendário brasileiro, chegou à fase decisiva. São oito times brigando pelas vagas das semifinais e sem muitos grandes: Oitenta e quatro equipes ficaram pelas estradas do interior paulista, muitas delas tradicionais como os quatro grandes do Rio, o atual campeão sub-20 Grêmio, o vice Atlético Mineiro, o Internacional de Porto Alegre e o Corinthians, heptacampeão e quatorze vezes finalista da competição. Ah sim! E os gloriosos Paraná Clube e Coritiba /piada interna.


Nesta edição a copinha é “mais São Paulo do que nunca”! Das oito equipes que seguem vivas, cinco são de São Paulo, uma gaúcha, uma de Minas e uma da Terra do Panetone, ou melhor, do Distrito Federal. Os confrontos serão Juventude x CFZ- DF e Cruzeiro x São Paulo de um lado e Santos x Paulista e Palmeiras x Portuguesa na outra ponta. De todas as equipes ainda no páreo, o São Paulo parece ser a mais forte: São cinco vitórias em cinco jogos com 24 gols marcados e um único sofrido. Além dos números existem nomes como os meias Marcelinho e Jeferson, o volante Casemiro e o atacante Lucas Gaúcho que parecem ser boas opções para compor o elenco principal do Tricolor Paulista montado por Ricardo Gomes.


A chance de termos uma final paulista no gramado sagrado do Paulo Machado de Carvalho no dia 25 deste mês é grande, já que a tabela aponta um finalista paulista independente dos resultados. Para que o quadro ganhe esses traços é necessário que o favorito, em minha opinião, São Paulo pinte o sete contra o bom Cruzeiro e depois contra o vencedor de Juventude e CFZ-DF.


Também aposto numa coloração bem tradicional. Em outras palavras, acredito que ocorrerá um clássico para coroar a final da 41ª Copinha, já que poderemos ter uma semifinal com o Santos enfrentando o Palmeiras ou a simpática Lusa. Vamos acompanhar os últimos jogos e confirmar se apostei em tintas frescas ou ressecadas.

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